Depois de uma noite tensa de ceia de natal em casa com direito a nariz quebrado, joelho roxo, mensagens suicidas e muitas lágrimas tive a bela chance de assisitir ao show do Roberto Carlos na praia de Copacabana.
O show foi ótimo. Cantei aos berros todo o amor que pode existir nos corações e que o Rei transformou em palavras...
"vem me tirar da solidão, fazer feliz meu coração, já não importa quem errou, o que passou, passou..."
domingo, 26 de dezembro de 2010
quinta-feira, 23 de dezembro de 2010
quarta-feira, 15 de dezembro de 2010
A minha animação com as coisas duram cerca de 10 minutos. Há pouco mais de um mês, nesse mesmo blog, postei sobre a minha alegria com a descoberta da integração metro del castilho - jacarepaguá através do onibus 240.
Hoje, a única coisa que tenho pra dizer sobre isso é: EU ODEIO O METRO!
Sem mais, rezando para chegar 23 de dezembro!
Hoje, a única coisa que tenho pra dizer sobre isso é: EU ODEIO O METRO!
Sem mais, rezando para chegar 23 de dezembro!
sexta-feira, 26 de novembro de 2010
domingo, 21 de novembro de 2010
Eu sou assim!
Da série amar é:
Independente das chatices e reclamações (sempre e de tudo) você é inacreditávelmente apaixonado por ela!
quarta-feira, 17 de novembro de 2010
Minha cabeça está fervilhando com tantas coisas que gostaria de escrever aqui no blog mas infelizmente minha vida está tão corrida que não estou conseguindo concatenar minhas ideias para fazer um post. Porém, hoje me ocorreu algo tão impressionante que não pude deixar de compartilhar aqui.
Saída de casa: 8:25h
Entrada no ônibus do metro: 8:55h (o ônibus demorou muito)
Chegada à estação Del Castilho/Nova América: 9:15h
Chegada na sala da SEASDH: 9:30h
Milagre!!!! Quando eu souber o horário correto do ônibus do metro, conseguirei chegar no trabalho em apenas meia hora. Gente, meia hora - É um sonho!
Saída de casa: 8:25h
Entrada no ônibus do metro: 8:55h (o ônibus demorou muito)
Chegada à estação Del Castilho/Nova América: 9:15h
Chegada na sala da SEASDH: 9:30h
Milagre!!!! Quando eu souber o horário correto do ônibus do metro, conseguirei chegar no trabalho em apenas meia hora. Gente, meia hora - É um sonho!
sexta-feira, 12 de novembro de 2010
quinta-feira, 4 de novembro de 2010
Tropa de Elite: o inimigo é sempre o mesmo
Faz tempo que queria escrever sobre o filme Tropa de Elite. Por conta de inúmeros compromissos de trabalho, não tenho tido tempo para tal. Assim, compartilho aqui um artigo que uma jovem jornalista escreveu para o Brasil de Fato. Postei aqui por concordar com boa parte do texto.
Tropa de Elite: o inimigo é sempre o mesmo | BRASIL de FATO
Tropa de Elite: o inimigo é sempre o mesmo | BRASIL de FATO
sábado, 23 de outubro de 2010
Essa foi uma semana de trabalho intenso. Participei de um diagnóstico rápido participativo (o nome claro é em inglês mas acho um abuso e minha livre traduação é essa aí) no Borel. A coordenação ficou a cargo de um consultor do Banco Mundial - italiano que mora há 20 anos na Bahia (só uma ressalva - perguntei a ele o motivo de morar em Salvador e ele respondeu que se apaixonou por uma baiana. Achei cute!) e a equipe era composta por pesquisadores lá da secretaria (meu novo local de trabalho).
Dentre tantas coisas que vi, uma das que mais me chamou a atenção foi a questão do lixo. Desde semana passada, vinha com uma briga na comlurb sobre o lixo no Borel. Eles acusavam a população que não tinha educação e por isso depositavam seu lixo em qualquer lugar mas não admitiam que o serviço prestado era de péssima qualidade.
Andando essa semana por dentro do Borel, para além da Estrada da Independência, dentro mesmo, registrei e confirmei que a comlurb oferece um péssimo serviço e que os moradores estão tentando viabilizar, da forma que eles podem, uma campanha de conscientização para o depósito adequado do lixo. O problema é que eles não tem, de fato, onde depositar o lixo que produzem (como todas as pessoas na cidade também produzem embora elas tenham caçambas, papeleiras e garis à sua disposição).
Vejam essas fotos:
Dentre tantas coisas que vi, uma das que mais me chamou a atenção foi a questão do lixo. Desde semana passada, vinha com uma briga na comlurb sobre o lixo no Borel. Eles acusavam a população que não tinha educação e por isso depositavam seu lixo em qualquer lugar mas não admitiam que o serviço prestado era de péssima qualidade.
Andando essa semana por dentro do Borel, para além da Estrada da Independência, dentro mesmo, registrei e confirmei que a comlurb oferece um péssimo serviço e que os moradores estão tentando viabilizar, da forma que eles podem, uma campanha de conscientização para o depósito adequado do lixo. O problema é que eles não tem, de fato, onde depositar o lixo que produzem (como todas as pessoas na cidade também produzem embora elas tenham caçambas, papeleiras e garis à sua disposição).
Vejam essas fotos:
domingo, 10 de outubro de 2010
Combustão
Ontem eu fui a um sarau mas não foi um sarau comum, foi um cosplay literário. Essa parada era uma das atividades do Apalpe, evento que está ocorrendo desde quinta-feira. E das poesias que foram declamadas e das que não foram, essa certamente é a melhor.
Combustão
Tua ausência é copo vazio
Sofro sem um gole de você
De quem me entorpece
Me cerveja como um vadio
Me martini na medida certa
Me conhaque nos dias de frio
Me tequila nos instantes de loucura
Me vinho nas noites solitárias
Você que me tortura
Você que me entorta
Me embriaga
Me suporta
E numa dose me cachaça
Combustão
Tua ausência é copo vazio
Sofro sem um gole de você
De quem me entorpece
Me cerveja como um vadio
Me martini na medida certa
Me conhaque nos dias de frio
Me tequila nos instantes de loucura
Me vinho nas noites solitárias
Você que me tortura
Você que me entorta
Me embriaga
Me suporta
E numa dose me cachaça
sábado, 9 de outubro de 2010
No lugar certo, na hora certa
Quando eu tinha uns 18 anos, eu gostava muito de ouvir Racionais Mc's. Ficava pensando bastante nas letras do Mano Brown e em toda a mística que rolava em torno da figura dele. As letras muito fortes que misturavam violência, justiça social, palavras de Jesus, tudo com uma batida muito boa de hip hop e funk. Ele não dava entrevistas, não falava com brancos, mantinha uma postura de questionamento e de revolta por uma situação vivenciada nas periferias de São Paulo e nas outras periferias que provocava em mim uma admiração incrível pela sua figura.
Essa semana fui vê-lo no Apalpe e fiquei muito impressionada. É verdade que ele está bem mais leve do que eu imaginava, talvez seja a idade, as coisas vão mudando com o tempo e as pessoas vão percebendo que as estratégias para as mudanças devem ser repensadas e modificadas.
De qualquer jeito, eu estava lá ouvindo o Mano Brown e o Ice Blue falando sobre as tretas de São Paulo, do Capão, dos conselhos para as crianças. Quando a fala acabou, eu fiquei bem perto deles porque minha amiga queria muito dar um beijo no Ice Blue e enfrentava uma fila enorme. Eu fiquei parada perto da mesa onde havia sido o debate. De repente o cara ficou na minha frente, sozinho, eu e ele apenas, não resisti, peguei no braço dele (braço bem forte, só pra constar) e disse, valeu mesmo Brown (por você ter vindo aqui no Rio, por ter me mostrado todo seu ódio pela injustiça, por me fazer pensar que as coisas podem ser modificadas e que a revolta não está só em mim e que podemos a partir de diferentes métodos, mudar essa porra de sociedade). Ele me deu dois beijinhos e disse valeu gatinha!
Tem uma música “Fórmula mágica da paz” que é arrepiante.
Essa semana fui vê-lo no Apalpe e fiquei muito impressionada. É verdade que ele está bem mais leve do que eu imaginava, talvez seja a idade, as coisas vão mudando com o tempo e as pessoas vão percebendo que as estratégias para as mudanças devem ser repensadas e modificadas.
De qualquer jeito, eu estava lá ouvindo o Mano Brown e o Ice Blue falando sobre as tretas de São Paulo, do Capão, dos conselhos para as crianças. Quando a fala acabou, eu fiquei bem perto deles porque minha amiga queria muito dar um beijo no Ice Blue e enfrentava uma fila enorme. Eu fiquei parada perto da mesa onde havia sido o debate. De repente o cara ficou na minha frente, sozinho, eu e ele apenas, não resisti, peguei no braço dele (braço bem forte, só pra constar) e disse, valeu mesmo Brown (por você ter vindo aqui no Rio, por ter me mostrado todo seu ódio pela injustiça, por me fazer pensar que as coisas podem ser modificadas e que a revolta não está só em mim e que podemos a partir de diferentes métodos, mudar essa porra de sociedade). Ele me deu dois beijinhos e disse valeu gatinha!
Tem uma música “Fórmula mágica da paz” que é arrepiante.
quarta-feira, 6 de outubro de 2010
Mais uma vez esse blog vai mudar de direção... assim como essa autora, que nem sabe muito bem utilizar as regras da norma culta da língua, e que muda constantemente, apesar de ser virginiana... vamos todos mudar.
A partir de hoje, esse blog versará sobre as minhas aventuras na gestão de uma política pública... parece até importante... mas nem é tanto.
O que eu vou fazer a partir de hoje é relatar tudo que eu considerar curioso no caminho que eu for percorrendo nessa minha mais nova aventura sociológica.
*****
O primeiro relato a gente nunca esquece... (adoro reticências)
Conheci um lugar na 3ª feira chamado Centro Municipal de Cultura José Bonifácio. Casa linda. Arquitetura do ínicio do século XX. Pé direito da casa muito alto, escadas de madeiras, jardim interno, enfim, uma coisa linda. Fica situado aos pés do Morro da Providência e se apresenta como um centro cultural direcionado a valorização da cultura negra. O que o Centro Cultural tem de bom? Nada. As paredes estão caindo aos pedaços literalmente. Um lugar lindo mas abandonado completamente... Pergunto eu, por que?
Será que é porque é pra preto? Será que essa sociedade é assim mesmo? Não é possível.
Isso me remete ao dia da votação. Sou ipasiana (fazia tempo que não assumia essa identidade) e assim voto no ciep do Ipase, é lógico. A minha família também vota no mesmo lugar... logo, no dia da votação, encontrei uma série deles. Encontrei também a avó da minha prima que nem precisa mais votar porque já tem quase 80 anos. O dialógo que se seguiu foi esse:
- Dona Zulmira, o que a senhora está fazendo aqui?
- Vim votar ora essa.
- Mas porque, se a senhora nem precisa mais?
- Tenho ainda esperança de ajudar a transformar esse país em um lugar melhor.
(Ela viveu duas ditaduras e acredita que com o voto iremos transformar)
Tem mais uma coisa que queria escrever:
Eles se encontraram pela 3649 vez. Conversaram sobre os mesmos assuntos. Beberam as mesmas cervejas. E no final de tudo ainda se amaram como se fosse a primeira vez! (Brega demais, eu sei).
A partir de hoje, esse blog versará sobre as minhas aventuras na gestão de uma política pública... parece até importante... mas nem é tanto.
O que eu vou fazer a partir de hoje é relatar tudo que eu considerar curioso no caminho que eu for percorrendo nessa minha mais nova aventura sociológica.
*****
O primeiro relato a gente nunca esquece... (adoro reticências)
Conheci um lugar na 3ª feira chamado Centro Municipal de Cultura José Bonifácio. Casa linda. Arquitetura do ínicio do século XX. Pé direito da casa muito alto, escadas de madeiras, jardim interno, enfim, uma coisa linda. Fica situado aos pés do Morro da Providência e se apresenta como um centro cultural direcionado a valorização da cultura negra. O que o Centro Cultural tem de bom? Nada. As paredes estão caindo aos pedaços literalmente. Um lugar lindo mas abandonado completamente... Pergunto eu, por que?
Será que é porque é pra preto? Será que essa sociedade é assim mesmo? Não é possível.
Isso me remete ao dia da votação. Sou ipasiana (fazia tempo que não assumia essa identidade) e assim voto no ciep do Ipase, é lógico. A minha família também vota no mesmo lugar... logo, no dia da votação, encontrei uma série deles. Encontrei também a avó da minha prima que nem precisa mais votar porque já tem quase 80 anos. O dialógo que se seguiu foi esse:
- Dona Zulmira, o que a senhora está fazendo aqui?
- Vim votar ora essa.
- Mas porque, se a senhora nem precisa mais?
- Tenho ainda esperança de ajudar a transformar esse país em um lugar melhor.
(Ela viveu duas ditaduras e acredita que com o voto iremos transformar)
Tem mais uma coisa que queria escrever:
Eles se encontraram pela 3649 vez. Conversaram sobre os mesmos assuntos. Beberam as mesmas cervejas. E no final de tudo ainda se amaram como se fosse a primeira vez! (Brega demais, eu sei).
quarta-feira, 29 de setembro de 2010
segunda-feira, 20 de setembro de 2010
Acontece, às vezes e depende
Sábado à tarde. Tempo chuvoso, ótimo para ficar em casa. Como eu fico praticamente a semana inteira em casa, fui tomar uma cervejita com o pessoal das antigas.
Lá pelas tantas rolou um debate sobre palavras que são usadas como dispositivos para sair de situações constrangedoras. Tudo girou nas seguintes palavras:
Situação 1:
Acontece
Você encontra um amigo de uma amiga. Você sabe que esse amigo é namorado de uma grande amiga sua (que não é essa amiga da conversa) e para puxar um assunto faz a seguinte pergunta: E fulana? Tá bem? A resposta é a seguinte: Não sei, terminamos semana passada. E você, imediamente diz: É, acontece!
Situação 2:
Às vezes
Você está saindo com alguém. Uma noite, após uma transa, você está lá, relaxando, pensando na vida... e a pessoa faz a seguinte pergunta: Eu gosto de você. E você, também gosta de mim? Eis sua resposta: Às vezes.
Situação 3:
Depende
Grupo de amigos. Tem um bonitinho que você quer muito impressionar. Daí, ele chega perto de você e pergunta: Você fuma? Sua resposta sensacional: Hum, depende!
Lá pelas tantas rolou um debate sobre palavras que são usadas como dispositivos para sair de situações constrangedoras. Tudo girou nas seguintes palavras:
Situação 1:
Acontece
Você encontra um amigo de uma amiga. Você sabe que esse amigo é namorado de uma grande amiga sua (que não é essa amiga da conversa) e para puxar um assunto faz a seguinte pergunta: E fulana? Tá bem? A resposta é a seguinte: Não sei, terminamos semana passada. E você, imediamente diz: É, acontece!
Situação 2:
Às vezes
Você está saindo com alguém. Uma noite, após uma transa, você está lá, relaxando, pensando na vida... e a pessoa faz a seguinte pergunta: Eu gosto de você. E você, também gosta de mim? Eis sua resposta: Às vezes.
Situação 3:
Depende
Grupo de amigos. Tem um bonitinho que você quer muito impressionar. Daí, ele chega perto de você e pergunta: Você fuma? Sua resposta sensacional: Hum, depende!
terça-feira, 7 de setembro de 2010
E resolvi ouvir A Tempestade e as coisas só melhoram:
"Só daria certo aos dois que tentar, apesar de seu perdão e sua idade"
Eu não me perdi e mesmo assim você me abandonou. Você quis partir e agora estou sozinho. Mas vou me costumar com o silêncio em casa, com um prato só na mesa. Eu não me perdi. O sândalo perfuma o machado que o feriu. Adeus, adeus, adeus meu grande amor. E tanto faz, de tudo que ficou guardo um retrato teu (de Paraty e do Quilombo) e a saudade mais bonita. Eu não me perdi e mesmo assim ninguém me perdoou. Pobre coração - quando o teu estava comigo era tão bom. Não sei por quê acontece assim e é sem querer o que não era prá ser. Vou fugir desta dor. Meu amor, se quiseres voltar - volta não porque me quebraste em mil pedaços. "
E era tão bom!!!!
Eu preciso de muito mais e você nunca vai conseguir me dar ....
Viva Legião
"Só daria certo aos dois que tentar, apesar de seu perdão e sua idade"
Eu não me perdi e mesmo assim você me abandonou. Você quis partir e agora estou sozinho. Mas vou me costumar com o silêncio em casa, com um prato só na mesa. Eu não me perdi. O sândalo perfuma o machado que o feriu. Adeus, adeus, adeus meu grande amor. E tanto faz, de tudo que ficou guardo um retrato teu (de Paraty e do Quilombo) e a saudade mais bonita. Eu não me perdi e mesmo assim ninguém me perdoou. Pobre coração - quando o teu estava comigo era tão bom. Não sei por quê acontece assim e é sem querer o que não era prá ser. Vou fugir desta dor. Meu amor, se quiseres voltar - volta não porque me quebraste em mil pedaços. "
E era tão bom!!!!
Eu preciso de muito mais e você nunca vai conseguir me dar ....
Viva Legião
Uma vez postei nesse blog que não tinha grandes paixões. E acho que isso é verdade mas como na minha vida sempre tem excessões ... Legião Urbana talvez se encaixe na categoria grandes paixões. O último CD que eles gravaram juntos é considerado muito triste pelos críticos mas acho bom pra caralho. Veja se não se encaixa:
"Todos se afastam quando o mundo está errado, quando o que temos é um catálogo de erros, quando precisamos de carinho, força e cuidados..."
Ou melhor:
"Vai, se você precisa ir, não quero mais brigar esta noite, nossas acusações infantis e palavras mordazes que machucam tanto não vão nos levar a nada, como sempre. Vai, clareia um pouco a cabeça, já que você não quer conversar. Já brigamos tanto, mas não vale a pena, vou ficar aqui, com um bom livro ou com a TV. Sei que existe alguma coisa incomodando você. Meu amor, cuidado na estrada. E quando você voltar, tranque o portão, feche as janelas, apague a luz. E saiba que te amo."
Ou melhor ainda:
"Não precisa vir se não for p'rá ficar pelo menos uma noite e três semanas. Nada é fácil, nada é certo, não façamos do amor algo desonesto. Quero ser prudente e sempre ser correto, quero ser constante e sempre tentar ser sincero. E queremos fugir mas ficamos sempre sem saber. Seu olhar não conta mais estórias, não brota mais o fruto e nem a flor e nem o céu é belo e prateado e o que eu era eu não sou mais e não tenho nada p'rá lembrar. Triste coisa é querer bem a quem não sabe perdoar, acho que sempre lhe amarei, só que não lhe quero mais. Não é desejo, nem é saudade, sinceramente nem é verdade. E eu sei por que você fugiu mas não consigo entender."
A Tempestade é tudo!
"Todos se afastam quando o mundo está errado, quando o que temos é um catálogo de erros, quando precisamos de carinho, força e cuidados..."
Ou melhor:
"Vai, se você precisa ir, não quero mais brigar esta noite, nossas acusações infantis e palavras mordazes que machucam tanto não vão nos levar a nada, como sempre. Vai, clareia um pouco a cabeça, já que você não quer conversar. Já brigamos tanto, mas não vale a pena, vou ficar aqui, com um bom livro ou com a TV. Sei que existe alguma coisa incomodando você. Meu amor, cuidado na estrada. E quando você voltar, tranque o portão, feche as janelas, apague a luz. E saiba que te amo."
Ou melhor ainda:
"Não precisa vir se não for p'rá ficar pelo menos uma noite e três semanas. Nada é fácil, nada é certo, não façamos do amor algo desonesto. Quero ser prudente e sempre ser correto, quero ser constante e sempre tentar ser sincero. E queremos fugir mas ficamos sempre sem saber. Seu olhar não conta mais estórias, não brota mais o fruto e nem a flor e nem o céu é belo e prateado e o que eu era eu não sou mais e não tenho nada p'rá lembrar. Triste coisa é querer bem a quem não sabe perdoar, acho que sempre lhe amarei, só que não lhe quero mais. Não é desejo, nem é saudade, sinceramente nem é verdade. E eu sei por que você fugiu mas não consigo entender."
A Tempestade é tudo!
terça-feira, 31 de agosto de 2010
Quando eu era criança achava que 30 anos era o máximo que eu poderia alcançar. Caso eu chegasse nessa idade, seria uma velha com casa, carro, marido, filhos ... As coisas nem sempre acontecem da forma que a gente acha que irão acontecer. E surpreendentemente, elas acontecem muito melhor.
Passei dos 30. Não tenho casa, nem carro, nem marido, nem filhos mas dá uma olhada nas 31 coisas que eu já fiz:
1. Passei pro doutorado
2. Casei
3. Separei
4. Me mudei 5 vezes e montei 3 casas
5. Tive mais de uma dezena de relacionamentos
6. Subi a Pedra Branca e a Lagoa do Camorim
7. Vi o show do Roling Stone em Copacabana na área vip
8. Estudei boa parte da minha vida em escola de freiras e acreditei que tinha vocação para ser uma
9. Entrei em coma alcoólico na escola durante uma feira de ciências
10. Fiz festa de debutante e festa à fantasia
11. Assisti ao show do Mamonas Assassinas
12. Andei de mototaxi na Rocinha, no Borel, na Maré e no Uruguai
13. Namorei um africano
14. Trabalhei no Mc Donald’s e na Botanopé
15. Já fiz sexo em locais impróprios, incluindo em um carro em movimento
16. Já fumei maconha
17. Já bebi cerveja, vodka, wisky, tequila, cachaça, martini, contini, vinho (bom e ruim), absinto e catuaba
18. Fui atropelada por um namorado
19. Me apaixonei por todas as pessoas que passaram pela minha vida
20. Já peguei um namorado com outra
21. Já fiz escândalos passionais na rua
22. Fiz xixi nas calças na sala de aula na 4ª série
23. Falava errado quando era criança
24. Fiz teste pra ser paquita da Xuxa
25. Toquei panderola na banda da Igreja
26. Já achei que poderia mudar o mundo
27. Passei três dias sem sair de casa vendo Sex and City
28. Viajei de caminhão do Rio de Janeiro até Vila Velha
29. Subi no palco em um show do Arlindo Cruz pra fazer uma vontade da minha mãe
30. Já perdi pessoas muito queridas
31. Já passei um ano novo no motel.
E as coisas que ainda não fiz:
1. Nunca engravidei
2. Não cheirei cocaína
3. Não fui à Europa, nem aos Estados Unidos e nem à Salvador
4. Nunca quebrei um osso do meu corpo
5. Nunca usei aparelho nos dentes e óculos
6. Nunca levei um tiro
7. Não li todos os livros da minha estante
8. Não tive nenhuma doença grave
9. Não namorei homens mais velhos que eu
10. Nunca colei na escola
11. Não assisti ao show do Legião Urbana, nem do Chico Buarque e nem do Paulinho da Viola
12. Nunca fui à praia no Leblon
13. Não andei de pedalinho na Lagoa
14. Não subi a Pedra da Gávea
15. Não saltei de pára-quedas e de asa delta
16. Nunca li e-mails ou mensagens de celular sem autorização
17. Nunca subornei policiais
18. Nunca bati e nem apanhei na rua e em nenhum outro lugar
19. Não andei de helicóptero
20. Nunca fui a festas no Píer Mauá
21. Não fiz sexo com mais de uma pessoa ao mesmo tempo
22. Não comi quiabo, jiló, tripa, rabada mas tenho a plena certeza que não gosto
23. Não fiz aula de canto, nem de violão e nem de bateria
24. Não sei responder prontamente o que é esquerda e o que é direita
25. Nunca repeti de ano na escola
26. Nunca ganhei na mega sena
27. Não me sinto segura suficiente para conduzir um automóvel
28. Nunca tomei rivotril e nenhum outro tipo de remédios para dormir
29. Nunca tive minha carteira de trabalho assinada como Socióloga
30. Não sei jogar War
31. Nunca achei que as coisas iriam dar erradas.
Passei dos 30. Não tenho casa, nem carro, nem marido, nem filhos mas dá uma olhada nas 31 coisas que eu já fiz:
1. Passei pro doutorado
2. Casei
3. Separei
4. Me mudei 5 vezes e montei 3 casas
5. Tive mais de uma dezena de relacionamentos
6. Subi a Pedra Branca e a Lagoa do Camorim
7. Vi o show do Roling Stone em Copacabana na área vip
8. Estudei boa parte da minha vida em escola de freiras e acreditei que tinha vocação para ser uma
9. Entrei em coma alcoólico na escola durante uma feira de ciências
10. Fiz festa de debutante e festa à fantasia
11. Assisti ao show do Mamonas Assassinas
12. Andei de mototaxi na Rocinha, no Borel, na Maré e no Uruguai
13. Namorei um africano
14. Trabalhei no Mc Donald’s e na Botanopé
15. Já fiz sexo em locais impróprios, incluindo em um carro em movimento
16. Já fumei maconha
17. Já bebi cerveja, vodka, wisky, tequila, cachaça, martini, contini, vinho (bom e ruim), absinto e catuaba
18. Fui atropelada por um namorado
19. Me apaixonei por todas as pessoas que passaram pela minha vida
20. Já peguei um namorado com outra
21. Já fiz escândalos passionais na rua
22. Fiz xixi nas calças na sala de aula na 4ª série
23. Falava errado quando era criança
24. Fiz teste pra ser paquita da Xuxa
25. Toquei panderola na banda da Igreja
26. Já achei que poderia mudar o mundo
27. Passei três dias sem sair de casa vendo Sex and City
28. Viajei de caminhão do Rio de Janeiro até Vila Velha
29. Subi no palco em um show do Arlindo Cruz pra fazer uma vontade da minha mãe
30. Já perdi pessoas muito queridas
31. Já passei um ano novo no motel.
E as coisas que ainda não fiz:
1. Nunca engravidei
2. Não cheirei cocaína
3. Não fui à Europa, nem aos Estados Unidos e nem à Salvador
4. Nunca quebrei um osso do meu corpo
5. Nunca usei aparelho nos dentes e óculos
6. Nunca levei um tiro
7. Não li todos os livros da minha estante
8. Não tive nenhuma doença grave
9. Não namorei homens mais velhos que eu
10. Nunca colei na escola
11. Não assisti ao show do Legião Urbana, nem do Chico Buarque e nem do Paulinho da Viola
12. Nunca fui à praia no Leblon
13. Não andei de pedalinho na Lagoa
14. Não subi a Pedra da Gávea
15. Não saltei de pára-quedas e de asa delta
16. Nunca li e-mails ou mensagens de celular sem autorização
17. Nunca subornei policiais
18. Nunca bati e nem apanhei na rua e em nenhum outro lugar
19. Não andei de helicóptero
20. Nunca fui a festas no Píer Mauá
21. Não fiz sexo com mais de uma pessoa ao mesmo tempo
22. Não comi quiabo, jiló, tripa, rabada mas tenho a plena certeza que não gosto
23. Não fiz aula de canto, nem de violão e nem de bateria
24. Não sei responder prontamente o que é esquerda e o que é direita
25. Nunca repeti de ano na escola
26. Nunca ganhei na mega sena
27. Não me sinto segura suficiente para conduzir um automóvel
28. Nunca tomei rivotril e nenhum outro tipo de remédios para dormir
29. Nunca tive minha carteira de trabalho assinada como Socióloga
30. Não sei jogar War
31. Nunca achei que as coisas iriam dar erradas.
sábado, 17 de julho de 2010
Ontem fui a um show do Bebeto - rei do balanço (era rei do swing mas meu amigo disse que o sentido da palavra swing foi alterado e agora o rei não poderia mas ser chamado assim) na Lona Cultural Gilberto Gil em Realengo.
Fiquei mais da metade do show refletindo sobre as Lonas Culturais e a questão que não saiu da minha cabeça foi a seguinte: porque para os pobres, as coisas são feitas de qualquer maneira?
Existem 10 Lonas Culturais na cidade. Talvez a mais famosa e melhor equipada seja a Lona Circo Voador. Lá vão os melhores artistas sempre e ainda que exista um circuito para as Lonas, o Circo Voador não entra nesse circuito. Porque? Hum, fica na Lapa, não é pra pobre.
Agora as Lonas de Realengo, Santa Cruz, Campo Grande, Vista Alegre, Maré, Guadalupe, Jacarepagua, Anchieta, Bangu e Ilha do Governador só vão artistas que não fazem mais tanto sucesso, ou como diz um amigo, só vão ex-artistas.
Não que o Bebeto seja um cara ruim, pelo contrário, ele é ótimo, animado, música popular, mas não deveria ser só isso, deveria ir a Lona outros artistas, outras peças, outras coisas, sei lá.
************
Ainda nessa parada de pra pobre tudo é permitido ou como os recursos para a cidade são divididos injustamente.
Encontro pra ir ao show na Praça Seca, erámos 6 pessoas e dois carros. Vale ressaltar que entre os 6 eu sou a que bebe menos. Só pra ter algum padrão comparativo.
Questão central: vamos dividir dois táxis? Tem lei seca?
Eis a resposta:
- Gente, tá chovendo e além disso é em Realengo. Quando teve lei seca em Realengo?
Fomos em dois carros e voltamos sei la como...
Fiquei mais da metade do show refletindo sobre as Lonas Culturais e a questão que não saiu da minha cabeça foi a seguinte: porque para os pobres, as coisas são feitas de qualquer maneira?
Existem 10 Lonas Culturais na cidade. Talvez a mais famosa e melhor equipada seja a Lona Circo Voador. Lá vão os melhores artistas sempre e ainda que exista um circuito para as Lonas, o Circo Voador não entra nesse circuito. Porque? Hum, fica na Lapa, não é pra pobre.
Agora as Lonas de Realengo, Santa Cruz, Campo Grande, Vista Alegre, Maré, Guadalupe, Jacarepagua, Anchieta, Bangu e Ilha do Governador só vão artistas que não fazem mais tanto sucesso, ou como diz um amigo, só vão ex-artistas.
Não que o Bebeto seja um cara ruim, pelo contrário, ele é ótimo, animado, música popular, mas não deveria ser só isso, deveria ir a Lona outros artistas, outras peças, outras coisas, sei lá.
************
Ainda nessa parada de pra pobre tudo é permitido ou como os recursos para a cidade são divididos injustamente.
Encontro pra ir ao show na Praça Seca, erámos 6 pessoas e dois carros. Vale ressaltar que entre os 6 eu sou a que bebe menos. Só pra ter algum padrão comparativo.
Questão central: vamos dividir dois táxis? Tem lei seca?
Eis a resposta:
- Gente, tá chovendo e além disso é em Realengo. Quando teve lei seca em Realengo?
Fomos em dois carros e voltamos sei la como...
terça-feira, 15 de junho de 2010
O que me faz feliz?
Essa é uma pergunta que tenho me feito com alguma frequencia...
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Depois de longos meses na busca por um lugar onde morar, eis que me encontro aqui escrevendo nesse blog, que ninguém lê, na nova residência. Ainda não tem muita coisa mas tem o suficiente para um ser humano sobreviver: geladeira, colchão, luz eletrica, laptop com internet e cerveja, é claro, afinal estamos em época de copa do mundo.
Por incrível que pareça foi por conta da copa do mundo que resolvi escrever e não exatamente pela casa nova.
---------------------------
Durante o jogo dessa tarde, fiquei na casa da minha mae, ia sair mas deu preguiça, então, enquanto passava a vista pela TV, resolvi algumas pendencias financeiras. Abri o site do banco pra pagar o cartão de credito e mandei o seguinte sms:
- O dinheiro não entrou.
Eis que a seguinte conversa se desenvolveu:
- Vou verificar. Ué, você não está vendo o jogo?
- Mais ou menos. Estou em casa na solidão.
- Mentira! Cadê os amigos? Desculpe, o dinheiro ainda não foi depositado.
Esse sms me marcou. Cadê os amigos? A partir daí comecei a lembrar de todos eles e de todas as copas que passamos juntos.
A primeira copa que lembro ter assistido na companhia de pessoas legais foi a de 94. Tinha 14 anos e estava descobrindo todas as possibilidades que a vida tinha a me oferecer. Era prática entre os vizinhos descer com a TV e assistir aos jogos todos juntos. Eu ainda nem bebia direito mas lembro que tinha muita cerveja. A final contra a Itália foi inequecível. Uma corrente nos penaltis e abraços emocionados com o tetra campeonato.
Copa de 98 - França. Nessa eu já estava com 18 anos. Amigos inesquecíveis que valem ser citados aqui: Renato e Vivian. Nós três formavámos o trio. Sinistro. Dá medo só de lembrar das coisas que fazíamos na belina branca. Enfim, o roteiro era: telão do Rioshopping e quiosque na praia da Barra depois. No dia da final não sei porque resolvemos ir a um angu a baiana e não fizemos nosso ritual. Resultado: Brasil perdeu - feio - pra França. Engraçado que umas semanas antes do inicio da copa estava em uma festa junina de rua - meio bebada, confesso - e conheci uns carinhas, me lembro perfeitamente que um deles me disse que a copa estava comprada e que a França iria ganhar de qualquer jeito. Não lembro do rosto do menino mas essa profecia ficou na minha memória. Quando saímos do jogo, fomos afogar nossa derrota lá na barraca da tia da festa junina do valqueire.
Japão - 2002. Eu já era outra pessoa. Terminando a faculdade, escrevendo o projeto da monografia, nem me empolguei muito. Estava com outras preocupações. Como os jogos eram de madrugada, quase não vi nenhum. Lembro de três jogos apenas e que assiti em casa na companhia da minha tão querida família: o primeiro, que fizemos um café da manhã; o do aniversário do meu irmão e a final. Penta campeão!!! Laryssa ainda era um bebezinho... saudade dessa época.
2006 - Alemanha. Essa foi uma boa copa. Eu tinha terminado o mestrado, trabalhava em pelo menos 2 empregos, estava na minha casa. Parecia que tudo ia dar certo e que a minha vida seria pra sempre como aquele dia. Saí do trabalho, fui correndo pra casa fazer o almoço pro casal de amigos que iria assistir ao jogo conosco. Ótima tarde. No outro, a derrota, Brasil perde, de novo, pra França.
E aqui estamos. 2010. Doutorado, casa nova, sem perspectivas de para sempre. Vendo o jogo sozinha. Sem amigos, família, namorado... nada. Sozinha. Engraçado como a cada 4 anos mudam as pessoas, os hábitos, a vida. Muda tudo! Acho que são essas mudanças que me fazem feliz. Sei lá...
Essa é uma pergunta que tenho me feito com alguma frequencia...
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Depois de longos meses na busca por um lugar onde morar, eis que me encontro aqui escrevendo nesse blog, que ninguém lê, na nova residência. Ainda não tem muita coisa mas tem o suficiente para um ser humano sobreviver: geladeira, colchão, luz eletrica, laptop com internet e cerveja, é claro, afinal estamos em época de copa do mundo.
Por incrível que pareça foi por conta da copa do mundo que resolvi escrever e não exatamente pela casa nova.
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Durante o jogo dessa tarde, fiquei na casa da minha mae, ia sair mas deu preguiça, então, enquanto passava a vista pela TV, resolvi algumas pendencias financeiras. Abri o site do banco pra pagar o cartão de credito e mandei o seguinte sms:
- O dinheiro não entrou.
Eis que a seguinte conversa se desenvolveu:
- Vou verificar. Ué, você não está vendo o jogo?
- Mais ou menos. Estou em casa na solidão.
- Mentira! Cadê os amigos? Desculpe, o dinheiro ainda não foi depositado.
Esse sms me marcou. Cadê os amigos? A partir daí comecei a lembrar de todos eles e de todas as copas que passamos juntos.
A primeira copa que lembro ter assistido na companhia de pessoas legais foi a de 94. Tinha 14 anos e estava descobrindo todas as possibilidades que a vida tinha a me oferecer. Era prática entre os vizinhos descer com a TV e assistir aos jogos todos juntos. Eu ainda nem bebia direito mas lembro que tinha muita cerveja. A final contra a Itália foi inequecível. Uma corrente nos penaltis e abraços emocionados com o tetra campeonato.
Copa de 98 - França. Nessa eu já estava com 18 anos. Amigos inesquecíveis que valem ser citados aqui: Renato e Vivian. Nós três formavámos o trio. Sinistro. Dá medo só de lembrar das coisas que fazíamos na belina branca. Enfim, o roteiro era: telão do Rioshopping e quiosque na praia da Barra depois. No dia da final não sei porque resolvemos ir a um angu a baiana e não fizemos nosso ritual. Resultado: Brasil perdeu - feio - pra França. Engraçado que umas semanas antes do inicio da copa estava em uma festa junina de rua - meio bebada, confesso - e conheci uns carinhas, me lembro perfeitamente que um deles me disse que a copa estava comprada e que a França iria ganhar de qualquer jeito. Não lembro do rosto do menino mas essa profecia ficou na minha memória. Quando saímos do jogo, fomos afogar nossa derrota lá na barraca da tia da festa junina do valqueire.
Japão - 2002. Eu já era outra pessoa. Terminando a faculdade, escrevendo o projeto da monografia, nem me empolguei muito. Estava com outras preocupações. Como os jogos eram de madrugada, quase não vi nenhum. Lembro de três jogos apenas e que assiti em casa na companhia da minha tão querida família: o primeiro, que fizemos um café da manhã; o do aniversário do meu irmão e a final. Penta campeão!!! Laryssa ainda era um bebezinho... saudade dessa época.
2006 - Alemanha. Essa foi uma boa copa. Eu tinha terminado o mestrado, trabalhava em pelo menos 2 empregos, estava na minha casa. Parecia que tudo ia dar certo e que a minha vida seria pra sempre como aquele dia. Saí do trabalho, fui correndo pra casa fazer o almoço pro casal de amigos que iria assistir ao jogo conosco. Ótima tarde. No outro, a derrota, Brasil perde, de novo, pra França.
E aqui estamos. 2010. Doutorado, casa nova, sem perspectivas de para sempre. Vendo o jogo sozinha. Sem amigos, família, namorado... nada. Sozinha. Engraçado como a cada 4 anos mudam as pessoas, os hábitos, a vida. Muda tudo! Acho que são essas mudanças que me fazem feliz. Sei lá...
quarta-feira, 12 de maio de 2010
Saída da UERJ às 6 em direção ao metrô. Geralmente o trajeto é tranquilo, percebe-se alguns estudantes indo para a aula na universidade, alguns traseuntes indo para casa, enfim, nada de diferente do previsto para o horário.
Hoje, contudo, estava especialmente diferente. O trajeto estava mais cheio. Claro, tem jogo do Flamengo no Maracanã às 7 e 30. O trajeto então se enche de torcedores com suas lindas camisetas preta e verrmelha. É lindo mas confesso também que dá um certo medinho pela quantidade de gente que saía do metrô cantando as belas canções que motivam o hexacampeão brasileiro a seguir em sua jornada de vitórias.
Fiquei uns bons 15 minutos observando os transeuntes. Minha curiosidade antropológica aliada a minha insegurança de ser arrastada me fizeram permanecer na entrada do metrô. Quando finalmente tomei coragem, desci as escadas e fui em direção à Pavuna. Vale destacar que até olhei para o outro sentido e vi que estava bem mais vazio. Mantive a minha decisão... combinou, tá combinado!
Entrei no vagão e rumei para a Rua do Rio. Apenas 4 estações para o meu destino final - Del Castilho/Nova América e o que ocorreu depois que saltei é quase indescritível... Engarrafamento de pessoas ou como minha avó costuma dizer, um mar de gente. Ninguém saia e nem entrava na estação. A própria visão do inferno. Fiquei me perguntando o que me fazia estar ali. Fiquei pelo menos uns 10 minutos parada no meio da multidão até tomar coragem (novamente) e me arriscar a passar em baixo da passarela para chegar ao shopping. Sinistro mas sobrevivi.
Parece que esse post não vai dar em nada e é isso mesmo. Quando escrevi o original, tinha previsto uma vitória avassaladora do meu time, o que não aconteceu. Depois de todo esse perrengue o time ainda perde pela terceira vez para o mesmo time mequetrefe do Chile. Amor pelo futebol é isso, vai até as últimas consequencias...
Hoje, contudo, estava especialmente diferente. O trajeto estava mais cheio. Claro, tem jogo do Flamengo no Maracanã às 7 e 30. O trajeto então se enche de torcedores com suas lindas camisetas preta e verrmelha. É lindo mas confesso também que dá um certo medinho pela quantidade de gente que saía do metrô cantando as belas canções que motivam o hexacampeão brasileiro a seguir em sua jornada de vitórias.
Fiquei uns bons 15 minutos observando os transeuntes. Minha curiosidade antropológica aliada a minha insegurança de ser arrastada me fizeram permanecer na entrada do metrô. Quando finalmente tomei coragem, desci as escadas e fui em direção à Pavuna. Vale destacar que até olhei para o outro sentido e vi que estava bem mais vazio. Mantive a minha decisão... combinou, tá combinado!
Entrei no vagão e rumei para a Rua do Rio. Apenas 4 estações para o meu destino final - Del Castilho/Nova América e o que ocorreu depois que saltei é quase indescritível... Engarrafamento de pessoas ou como minha avó costuma dizer, um mar de gente. Ninguém saia e nem entrava na estação. A própria visão do inferno. Fiquei me perguntando o que me fazia estar ali. Fiquei pelo menos uns 10 minutos parada no meio da multidão até tomar coragem (novamente) e me arriscar a passar em baixo da passarela para chegar ao shopping. Sinistro mas sobrevivi.
Parece que esse post não vai dar em nada e é isso mesmo. Quando escrevi o original, tinha previsto uma vitória avassaladora do meu time, o que não aconteceu. Depois de todo esse perrengue o time ainda perde pela terceira vez para o mesmo time mequetrefe do Chile. Amor pelo futebol é isso, vai até as últimas consequencias...
quarta-feira, 31 de março de 2010
Saudade...
de tomar leite com nescafé enrolada na toalha antes de ir trabalhar;
das listas imperativas da tia Iêda;
de tomar cerveja enquanto fazia comida;
de abrir a caixa de correio diariamente;
de ouvir rádio;
de falar sozinha;
de acordar com o barulho da televisão e não conseguir dormir mais;
de todos os fantasmas que me assombravam ao longo das madrugadas chuvosas;
dos telefonemas da vovó às 7:00 perguntando se eu já acordei;
de todas as coisas que já passaram mas com a certeza de que novas outras virão!
Saudade dói!
das listas imperativas da tia Iêda;
de tomar cerveja enquanto fazia comida;
de abrir a caixa de correio diariamente;
de ouvir rádio;
de falar sozinha;
de acordar com o barulho da televisão e não conseguir dormir mais;
de todos os fantasmas que me assombravam ao longo das madrugadas chuvosas;
dos telefonemas da vovó às 7:00 perguntando se eu já acordei;
de todas as coisas que já passaram mas com a certeza de que novas outras virão!
Saudade dói!
quarta-feira, 24 de março de 2010
Resoluções de Ano Novo
Levando em consideração que o ano só começa após o carnaval e que eu estou sempre atrasada nas coisas que faço, resolvi ontem quais seriam as minhas resoluções para o ano de 2010.
Exatamente nessa ordem:
1. Parar de fumar;
2. Beber apenas um dia no fim de semana e não beber durante a semana, incluindo a sexta feira;
3. Fazer exercícios físicos;
4. Emagrecer os últimos 3 quilos que faltam;
5. Pagar as dívidas;
6. Me mudar;
7. Manter as leituras em dia;
8. Trabalhar no projeto do doutorado;
9. Entrar no curso de francês;
10. Manter o equilibrio e a tranquilidade.
Exatamente nessa ordem:
1. Parar de fumar;
2. Beber apenas um dia no fim de semana e não beber durante a semana, incluindo a sexta feira;
3. Fazer exercícios físicos;
4. Emagrecer os últimos 3 quilos que faltam;
5. Pagar as dívidas;
6. Me mudar;
7. Manter as leituras em dia;
8. Trabalhar no projeto do doutorado;
9. Entrar no curso de francês;
10. Manter o equilibrio e a tranquilidade.
quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010
quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010
quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010
segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010
É carnaval!
"Quanto riso, ah, quanta alegria
Mais de mil palhaços no salão
O Arlequim está chorando pelo amor da Colombina
No meio da multidão
Foi bom te ver outra vez
Ta fazendo um ano
Foi o carnaval que passou
Eu sou aquele Pierrot
Que te abraçou e te beijou meu amor
A mesma máscara negra que esconde seu rosto
Eu quero matar a saudade
Vou beijar-te agora
Não me leve a mal,
Hoje é carnaval!"
Mais de mil palhaços no salão
O Arlequim está chorando pelo amor da Colombina
No meio da multidão
Foi bom te ver outra vez
Ta fazendo um ano
Foi o carnaval que passou
Eu sou aquele Pierrot
Que te abraçou e te beijou meu amor
A mesma máscara negra que esconde seu rosto
Eu quero matar a saudade
Vou beijar-te agora
Não me leve a mal,
Hoje é carnaval!"
domingo, 31 de janeiro de 2010
sábado, 30 de janeiro de 2010
Andar pelas ruas do Rio de Janeiro é uma coisa que realmente me encanta e me faz feliz. Ser apresentada a locais que sabia que existia, mas que não fazia a menor idéia de onde se localizavam na cidade me enche ainda mais de satisfação. E poder desfrutar das maravilhas que a cidade oferece na companhia de uma baianna da porra que conhece a cidade como todo carioca deveria conhecer, é ainda muito melhor. E sabe o que é mais engraçado: ela foi apresentada à cidade maravilhosa por um paulistano. Vá entender!
Bom, toda essa entusiasmada apresentação é para contar a respeito das minhas peripécias nesses tempos de férias. Sabe criança quando vai passear na casa dos tios, pois é, sou eu pegando o bondinho no Centro do Rio para subir até Santa Teresa e almoçar por lá. O que mais me impressionou foi que jamais eu poderia imaginar que a estação do bondinho ficava em frente a Petrobrás, tudo bem que eu nunca havia pensado nisso antes, mas me surpreendeu.
Devo estar um tanto enfeitiçada, confesso. Tenho achado tudo muito legal e tenho reclamado pouco das coisas. Isso não é normal. Mas, como tenho me deparado com tantas mudanças, talvez essa seja mais uma delas. Parar de reclamar de tudo e ver as coisas pelo lado bom! Nossa, existe uma poliana dentro de mim!
Sei que toda essa moleza está próxima ao final. Segunda feira retomo à labuta das aulas mas felizmente com uma parada no meio. Que venha o carnaval!!!
Bom, toda essa entusiasmada apresentação é para contar a respeito das minhas peripécias nesses tempos de férias. Sabe criança quando vai passear na casa dos tios, pois é, sou eu pegando o bondinho no Centro do Rio para subir até Santa Teresa e almoçar por lá. O que mais me impressionou foi que jamais eu poderia imaginar que a estação do bondinho ficava em frente a Petrobrás, tudo bem que eu nunca havia pensado nisso antes, mas me surpreendeu.
Devo estar um tanto enfeitiçada, confesso. Tenho achado tudo muito legal e tenho reclamado pouco das coisas. Isso não é normal. Mas, como tenho me deparado com tantas mudanças, talvez essa seja mais uma delas. Parar de reclamar de tudo e ver as coisas pelo lado bom! Nossa, existe uma poliana dentro de mim!
Sei que toda essa moleza está próxima ao final. Segunda feira retomo à labuta das aulas mas felizmente com uma parada no meio. Que venha o carnaval!!!
domingo, 24 de janeiro de 2010
O que não sai da minha cabeça
Eu estou em uma fase bastante musical. Não que a musica não me acompanhasse, desde muito nova ja gostava muito de musica brasileira, mas nesse momento estou especialmente musical, inclusive ouvindo a mesma coisa sem parar. Acho que isso é doença!
Para dar uma descontraída na compulsão por Ogum, a música que vem depois dela é Terreiro em Acari, e é essa que quero dividir com vocês. A letra é muito engraçada e ela tem se tornado a minha nova compulsão.
CD Uma Prova de Amor - faixa 10 - repet
(como não encontrei a musica, vai mesmo só a letra)
Terreiro em Acari
A minha preta pensa que eu sou um santo
E essa fama até que eu banco
Mas não sou nenhum guri
Ela é a preta mais bonita da favela
E no desfile da portela coisa igual eu nunca vi
É meu segredo, já peguei seu ponto fraco
Já passei meu giz no taco
Fui atrás pra conseguir
Num pote de mel está nosso retrato
Amarrado e bem colado num terreiro em acari
Eu não me esqueço, foi depois de mais um porre
Disse: preto, me socorre, pensou que ia morrer
Com a cabeça viajando em reboliço
Confessou que fez feitiço, tudo pra não me perder
Ela contando foi aí que eu tive um treco
Fui parar em bonsucesso, no hospital, no cti
Hoje confesso que foi grande o meu espanto
Foi no mesmo pai-de-santo no terreiro em acari
Estava escrito nosso amor não precisava, não
Faz qualquer coisa, fica fraco quando ama o coração
Bom foi que ficou a certeza desse amor
Nosso feitiço vai ficar por lá
Senti firmeza, assim tá tudo bem
Se fizeram mandinga
O nosso amor desbanca
Não adianta, nada vai pegar
Para dar uma descontraída na compulsão por Ogum, a música que vem depois dela é Terreiro em Acari, e é essa que quero dividir com vocês. A letra é muito engraçada e ela tem se tornado a minha nova compulsão.
CD Uma Prova de Amor - faixa 10 - repet
(como não encontrei a musica, vai mesmo só a letra)
Terreiro em Acari
A minha preta pensa que eu sou um santo
E essa fama até que eu banco
Mas não sou nenhum guri
Ela é a preta mais bonita da favela
E no desfile da portela coisa igual eu nunca vi
É meu segredo, já peguei seu ponto fraco
Já passei meu giz no taco
Fui atrás pra conseguir
Num pote de mel está nosso retrato
Amarrado e bem colado num terreiro em acari
Eu não me esqueço, foi depois de mais um porre
Disse: preto, me socorre, pensou que ia morrer
Com a cabeça viajando em reboliço
Confessou que fez feitiço, tudo pra não me perder
Ela contando foi aí que eu tive um treco
Fui parar em bonsucesso, no hospital, no cti
Hoje confesso que foi grande o meu espanto
Foi no mesmo pai-de-santo no terreiro em acari
Estava escrito nosso amor não precisava, não
Faz qualquer coisa, fica fraco quando ama o coração
Bom foi que ficou a certeza desse amor
Nosso feitiço vai ficar por lá
Senti firmeza, assim tá tudo bem
Se fizeram mandinga
O nosso amor desbanca
Não adianta, nada vai pegar
segunda-feira, 11 de janeiro de 2010
Eu sou o samba!
Queria tanto essa toalhinha verde! Foram essas as palavras de minha mãe quando o show do Arlindo Cruz começou. E movida por um ímpeto de agrada-la e também, é claro, algumas cervejas depois, que me encontrava a 5 passos do palco. O que nos separavam eram apenas 5 degraus e lá estava eu com um copo de skol na mão e a vontade de conseguir a toalhinha verde para a minha mãe. Foi o que eu fiz, subi as escadas e peguei da mão de Arlindo Cruz uma singela e muito cheirosa toalhinha verde. A única coisa que fui capaz de dizer foi: Tu é bom demais.
Sai de lá com a toalhinha verde na mão e a minha mãe morrendo de vergonha!
Sem duvida, o melhor dia da minha vida em muitos anos. Eu sou o samba!
Sai de lá com a toalhinha verde na mão e a minha mãe morrendo de vergonha!
Sem duvida, o melhor dia da minha vida em muitos anos. Eu sou o samba!
domingo, 10 de janeiro de 2010
Carta de um jovem apaixonado
Então, como era de se esperar, depois de uma intensa relação de amor, Doralice o deixou. Ele não pode aceitar tamanha dor e num ato desesperado, enviou para ela a carta que segue abaixo.
Espero que Doralice tenha dignidade de responder à carta relatando o que realmente ocorreu. Estamos aqui a aguardar.
A/C: Doralice
É melhor dizer
Amor acabou a cerveja!
Do que chorar
Cerveja acabou o amor!
Cerveja, do desconhecido grupo Porcas Borboletas
É importante que você saiba que isso que você vai ler aqui é um devaneio de um jovem de vinte e alguns anos que tanto assim viveu porque conseguiu fazer uma manobra radical com sua bicicleta quando esteve preste a ser atropelado aos treze e porque não teve coragem de se suicidar – quando ainda tinha razões para fazê-lo – aos dezoito. Digo isso porque me parece que quando não situados, os devaneios tomam a forma que queremos. Você deve saber que essa criatura de vinte e cinco anos segue arrastando-se mundo a fora, vida adentro, sem lenço ou sonhos, com documento surrado no bolso de trás, sem solas ou deuses, crendo em nada do que lhe dizem e em tudo que lhe mentem, cantando vagabundos do cavaco ou do pandeiro, lendo Nietzsche, Morin, Sartre e esses loucos, tolerando Marx e Bakhtin, cuspindo Leminski, perdendo-se em Andrade, Ramos, Amado e qualquer um que invente uma coisa que lhe pareça absurda porque o que não é absurdo já lhe entupiram as fuças.
Fato é que depois das doses frustradas de Domecq com rivotril, dos três cortes no pulso com a serra de pão sem cabo, das inúmeras tentativas de roleta russa com cano enferrujado e os tímpanos estourados por conta do barulho vindo dos três rádios ligados, cá estou eu... Cá estou eu esbravejando como Mick Jagger – mais conservado, porém – e mais desesperado do que qualquer garçom de um bar de Ipanema ou da Lapa – os primeiros por conta dos gringos de sunga e os segundos por conta dos bêbados de cueca, que fique bem claro.
Já estão furados os discos, Lupicínio Rodrigues ficou rouco, todos partiram e deixaram-me só. Damien Rice, Phil Collins e Beatles, para não dizer que não falo inglês. Nem Vinícius restou e Cartola frustrou-se ao ver-me chorar sem disfarçar. Bruno e Marrone fizeram o possível com o baixo cachê [ehh minha cara mudei, minha cara, mas por dentro eu não mudo, o sentimento não pára a doença não sara, seu amor ainda é tudo].
Depois de toda dor possível, daquelas que cachaça não cura nem embebeda, eu, contrito, humilde e temeroso diante da possibilidade de ser acometido por um surto emo, não vejo outra solução, outra saída macha e digna, a não ser dizer-te, com esse peito corno estufado, que não importa as mãos que alisaram tua bunda ou os pássaros que visitaram teu ninho: volta pra mim, Doralice.
Volta que essa bunda e esse ninho são meus, por direito e por amor.
Espero que Doralice tenha dignidade de responder à carta relatando o que realmente ocorreu. Estamos aqui a aguardar.
A/C: Doralice
É melhor dizer
Amor acabou a cerveja!
Do que chorar
Cerveja acabou o amor!
Cerveja, do desconhecido grupo Porcas Borboletas
***********
É importante que você saiba que isso que você vai ler aqui é um devaneio de um jovem de vinte e alguns anos que tanto assim viveu porque conseguiu fazer uma manobra radical com sua bicicleta quando esteve preste a ser atropelado aos treze e porque não teve coragem de se suicidar – quando ainda tinha razões para fazê-lo – aos dezoito. Digo isso porque me parece que quando não situados, os devaneios tomam a forma que queremos. Você deve saber que essa criatura de vinte e cinco anos segue arrastando-se mundo a fora, vida adentro, sem lenço ou sonhos, com documento surrado no bolso de trás, sem solas ou deuses, crendo em nada do que lhe dizem e em tudo que lhe mentem, cantando vagabundos do cavaco ou do pandeiro, lendo Nietzsche, Morin, Sartre e esses loucos, tolerando Marx e Bakhtin, cuspindo Leminski, perdendo-se em Andrade, Ramos, Amado e qualquer um que invente uma coisa que lhe pareça absurda porque o que não é absurdo já lhe entupiram as fuças.
Fato é que depois das doses frustradas de Domecq com rivotril, dos três cortes no pulso com a serra de pão sem cabo, das inúmeras tentativas de roleta russa com cano enferrujado e os tímpanos estourados por conta do barulho vindo dos três rádios ligados, cá estou eu... Cá estou eu esbravejando como Mick Jagger – mais conservado, porém – e mais desesperado do que qualquer garçom de um bar de Ipanema ou da Lapa – os primeiros por conta dos gringos de sunga e os segundos por conta dos bêbados de cueca, que fique bem claro.
Já estão furados os discos, Lupicínio Rodrigues ficou rouco, todos partiram e deixaram-me só. Damien Rice, Phil Collins e Beatles, para não dizer que não falo inglês. Nem Vinícius restou e Cartola frustrou-se ao ver-me chorar sem disfarçar. Bruno e Marrone fizeram o possível com o baixo cachê [ehh minha cara mudei, minha cara, mas por dentro eu não mudo, o sentimento não pára a doença não sara, seu amor ainda é tudo].
Depois de toda dor possível, daquelas que cachaça não cura nem embebeda, eu, contrito, humilde e temeroso diante da possibilidade de ser acometido por um surto emo, não vejo outra solução, outra saída macha e digna, a não ser dizer-te, com esse peito corno estufado, que não importa as mãos que alisaram tua bunda ou os pássaros que visitaram teu ninho: volta pra mim, Doralice.
Volta que essa bunda e esse ninho são meus, por direito e por amor.
quarta-feira, 6 de janeiro de 2010
Doralice
Nesses tempos de dores de amor, deixo para vocês um poema escrito para Doralice ainda na fase em que ele queria conquistá-la. É fato que nesse momento ele não poderia imaginar que um dia tudo iria acabar.
(Vale dizer que estou muito influenciada por (500) dias com ela e que o poema – obvio- não é meu. Por mais que esteja tentando escrever coisas bacanas ainda não cheguei aos pés desse autor que consegue passar para o papel as coisas mais simples de uma forma tão brilhante e que muito me inspira – devo confessar – nessa arte de escrever).
você diz não me entender
mas seus olhos dizem sim
na dúvida, me faço de desentendido
fico olhando pro chão
e falando frases sem sentido
porque tudo que eu quero ver é seu sorriso
e esses traços que minhas mãos reconhecem no escuro
mesmo sem nunca ter tocado
tudo que eu quero falar
é que você pode vir a qualquer hora
que se ligar me faz feliz
que amanhã eu saio mais cedo do trabalho
pra te fazer companhia na sala de espera,
na leitura sem pretensão
ou no quebra-cabeça
mas não adianta reclamar do meu olhar
e das minhas frases
porque eu não vou fazer diferente
não vou porque ele é mais alto
tem aquele cabelo moderninho
toma mais cerveja do que eu – você achando divertido
e até onde eu sei, te faz feliz
por que você está sempre sorrindo?
pode reclamar
que não faço diferente
porque se é com ele que você dorme
pelo menos é de mim que você reclama
e eu tenho a migalha de pão dormido
porque se reclama é porque ama
e se me ama eu durmo em paz
ainda que sem você nunca possa ser sono
não dá nem pra pesadelo
é mesmo castigo
e me ponho a pensar que sou capaz
de colocar as palavras melhor do que ele,
não que o menino que vive em mim te mereça
só não dá pra imaginar aquele rascunho mal escrito
na mesma prateleira dos três volumes que suas coxas inspiram
ah doralice, flor do meu sertão
vem ser best seller assim
aqui no meu colchão
(Vale dizer que estou muito influenciada por (500) dias com ela e que o poema – obvio- não é meu. Por mais que esteja tentando escrever coisas bacanas ainda não cheguei aos pés desse autor que consegue passar para o papel as coisas mais simples de uma forma tão brilhante e que muito me inspira – devo confessar – nessa arte de escrever).
você diz não me entender
mas seus olhos dizem sim
na dúvida, me faço de desentendido
fico olhando pro chão
e falando frases sem sentido
porque tudo que eu quero ver é seu sorriso
e esses traços que minhas mãos reconhecem no escuro
mesmo sem nunca ter tocado
tudo que eu quero falar
é que você pode vir a qualquer hora
que se ligar me faz feliz
que amanhã eu saio mais cedo do trabalho
pra te fazer companhia na sala de espera,
na leitura sem pretensão
ou no quebra-cabeça
mas não adianta reclamar do meu olhar
e das minhas frases
porque eu não vou fazer diferente
não vou porque ele é mais alto
tem aquele cabelo moderninho
toma mais cerveja do que eu – você achando divertido
e até onde eu sei, te faz feliz
por que você está sempre sorrindo?
pode reclamar
que não faço diferente
porque se é com ele que você dorme
pelo menos é de mim que você reclama
e eu tenho a migalha de pão dormido
porque se reclama é porque ama
e se me ama eu durmo em paz
ainda que sem você nunca possa ser sono
não dá nem pra pesadelo
é mesmo castigo
e me ponho a pensar que sou capaz
de colocar as palavras melhor do que ele,
não que o menino que vive em mim te mereça
só não dá pra imaginar aquele rascunho mal escrito
na mesma prateleira dos três volumes que suas coxas inspiram
ah doralice, flor do meu sertão
vem ser best seller assim
aqui no meu colchão
terça-feira, 5 de janeiro de 2010
Sobre distância, transporte e amores!
Sou uma pessoa de poucas paixões. Não sou fã de ninguém, não tenho coleção de nada, não me apego a coisas materiais a ponto de não consegui me desfazer delas. Talvez minha única e verdadeira grande paixão seja morar em Jacarepaguá. Não tem explicação o que eu sinto pelo bairro. O sistema de transporte é ruim, é longe de tudo que faço, está cada vez mais populoso e cada vez mais quente. Ainda assim, amo estar aqui!
Ontem refleti bastante sobre o porquê de gostar tanto de Jacarepaguá e acho que encontrei algumas respostas. O fato de morar a uma hora de qualquer outro lugar da cidade (exceto a Barra e Madureira) me fez conhecer uma cidade que poucos conhecem.
Outra característica minha é estar na contra-mão de tudo. Deixe-me explicar. Quando eu era criança, estudava em uma escola próxima a minha casa. Dava pra ir andando e tudo! Coisa rara em minha vida hoje, fazer coisas andando. O problema é que todos os meus amigos moravam em uma direção e eu na outra. Resultado: enquanto todos iam pra casa juntos, eu ia caminhando sozinha, pensando bobagens e cantando legião urbana. O que quero dizer é que raramente consigo companhia ou carona para voltar para casa, pois estou sempre na outra direção.
É o casamento perfeito: morar longe e do lado oposto.
Dito isso, quero relatar aqui a experiência que tenho com os caminhos e o transporte público carioca. O ato de circular pela cidade inteira dando voltas teve inicio na graduação. Antes cabe um parêntese – quando estava no ensino médio, trabalhava no MC Donald’s e conhecia uma galera que morava lá pelas bandas de Santa Cruz. Na verdade, acho que essa minha prática de ir sempre a locais muito afastados vem dessa época. Como trabalhávamos no turno da noite, fazíamos umas festas de manhã em um sítio de um menino que morava por lá. Marcávamos sempre às 8:00 da manhã na rodoviária de Campo Grande e íamos felizes para Santa Cruz.
Bom, mas quero iniciar a história falando da graduação porque foi a partir dela que conheci a zona sul. Até então, eu vivia exclusivamente nos muros da zona oeste. Eis a trajetória da menina. Morava em Jacarepaguá, tenho que ser mais especifica porque Jacarepaguá é grande, morava no Mato Alto – certamente ninguém nunca ouviu falar desse local – fica entre a Praça Seca e o Largo do Tanque. E estudava na Gávea.
Quando entrei no mestrado a coisa só piorou. Estudava na Urca e trabalhava na Maré. A volta que dava era muito grande. Imaginem, saindo do Mato Alto, indo pra Urca, de lá para a Maré, voltando via Madureira para o Mato Alto. Não gosto nem de lembrar!
Enfim, morando no Mato Alto e estudando na zona sul, meu grande aliado era o 755 – Cascadura/Gávea. Ônibus guerreiro igual a mim. Não perdia uma festa seja ela na faculdade, na casa de alguém, no Pires, no Baixo Gávea ou no Cangulo. Obvio que os amigos que fiz na graduação ou moravam na Baixada ou na Zona Sul. E um pouco mais tarde, quando comecei a trabalhar na própria faculdade, minhas duas melhores amigas moravam, uma em Niterói e a outra em São Gonçalo. Sem contar todos os outros amigos que fui fazendo ao longo da vida e que se espalham por toda a cidade.
O que quero registrar é que a distância não é um problema. Para onde eu for sei que posso contar com o 755 para me deixar em casa. Ele não deixa de circular e o mais surpreendente é que ele está sempre cheio, cheio mesmo. É uma experiência etnográfica maravilhosa para qualquer antropólogo que se preze. É possível identificar nesse coletivo diversas categorias de pessoas e fazer uma série de classificações. Essas coisas que antropólogo adora!
É claro que muita coisa aconteceu em minha vida. Conheci outros meios de transportes e outros lugares. Mas hoje retorno ao 755 e feliz confesso meu amor por Jacarepaguá. E é só por morar aqui que conheço tantos lugares, atalhos e formas de chegar mais rápido e segura em casa, na casa que nunca deixou de ser minha, no Mato Alto.
Ontem refleti bastante sobre o porquê de gostar tanto de Jacarepaguá e acho que encontrei algumas respostas. O fato de morar a uma hora de qualquer outro lugar da cidade (exceto a Barra e Madureira) me fez conhecer uma cidade que poucos conhecem.
Outra característica minha é estar na contra-mão de tudo. Deixe-me explicar. Quando eu era criança, estudava em uma escola próxima a minha casa. Dava pra ir andando e tudo! Coisa rara em minha vida hoje, fazer coisas andando. O problema é que todos os meus amigos moravam em uma direção e eu na outra. Resultado: enquanto todos iam pra casa juntos, eu ia caminhando sozinha, pensando bobagens e cantando legião urbana. O que quero dizer é que raramente consigo companhia ou carona para voltar para casa, pois estou sempre na outra direção.
É o casamento perfeito: morar longe e do lado oposto.
Dito isso, quero relatar aqui a experiência que tenho com os caminhos e o transporte público carioca. O ato de circular pela cidade inteira dando voltas teve inicio na graduação. Antes cabe um parêntese – quando estava no ensino médio, trabalhava no MC Donald’s e conhecia uma galera que morava lá pelas bandas de Santa Cruz. Na verdade, acho que essa minha prática de ir sempre a locais muito afastados vem dessa época. Como trabalhávamos no turno da noite, fazíamos umas festas de manhã em um sítio de um menino que morava por lá. Marcávamos sempre às 8:00 da manhã na rodoviária de Campo Grande e íamos felizes para Santa Cruz.
Bom, mas quero iniciar a história falando da graduação porque foi a partir dela que conheci a zona sul. Até então, eu vivia exclusivamente nos muros da zona oeste. Eis a trajetória da menina. Morava em Jacarepaguá, tenho que ser mais especifica porque Jacarepaguá é grande, morava no Mato Alto – certamente ninguém nunca ouviu falar desse local – fica entre a Praça Seca e o Largo do Tanque. E estudava na Gávea.
Quando entrei no mestrado a coisa só piorou. Estudava na Urca e trabalhava na Maré. A volta que dava era muito grande. Imaginem, saindo do Mato Alto, indo pra Urca, de lá para a Maré, voltando via Madureira para o Mato Alto. Não gosto nem de lembrar!
Enfim, morando no Mato Alto e estudando na zona sul, meu grande aliado era o 755 – Cascadura/Gávea. Ônibus guerreiro igual a mim. Não perdia uma festa seja ela na faculdade, na casa de alguém, no Pires, no Baixo Gávea ou no Cangulo. Obvio que os amigos que fiz na graduação ou moravam na Baixada ou na Zona Sul. E um pouco mais tarde, quando comecei a trabalhar na própria faculdade, minhas duas melhores amigas moravam, uma em Niterói e a outra em São Gonçalo. Sem contar todos os outros amigos que fui fazendo ao longo da vida e que se espalham por toda a cidade.
O que quero registrar é que a distância não é um problema. Para onde eu for sei que posso contar com o 755 para me deixar em casa. Ele não deixa de circular e o mais surpreendente é que ele está sempre cheio, cheio mesmo. É uma experiência etnográfica maravilhosa para qualquer antropólogo que se preze. É possível identificar nesse coletivo diversas categorias de pessoas e fazer uma série de classificações. Essas coisas que antropólogo adora!
É claro que muita coisa aconteceu em minha vida. Conheci outros meios de transportes e outros lugares. Mas hoje retorno ao 755 e feliz confesso meu amor por Jacarepaguá. E é só por morar aqui que conheço tantos lugares, atalhos e formas de chegar mais rápido e segura em casa, na casa que nunca deixou de ser minha, no Mato Alto.
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