quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Doralice

Nesses tempos de dores de amor, deixo para vocês um poema escrito para Doralice ainda na fase em que ele queria conquistá-la. É fato que nesse momento ele não poderia imaginar que um dia tudo iria acabar.

(Vale dizer que estou muito influenciada por (500) dias com ela e que o poema – obvio- não é meu. Por mais que esteja tentando escrever coisas bacanas ainda não cheguei aos pés desse autor que consegue passar para o papel as coisas mais simples de uma forma tão brilhante e que muito me inspira – devo confessar – nessa arte de escrever).

você diz não me entender
mas seus olhos dizem sim
na dúvida, me faço de desentendido


fico olhando pro chão
e falando frases sem sentido
porque tudo que eu quero ver é seu sorriso
e esses traços que minhas mãos reconhecem no escuro
mesmo sem nunca ter tocado


tudo que eu quero falar
é que você pode vir a qualquer hora
que se ligar me faz feliz
que amanhã eu saio mais cedo do trabalho
pra te fazer companhia na sala de espera,
na leitura sem pretensão
ou no quebra-cabeça


mas não adianta reclamar do meu olhar
e das minhas frases
porque eu não vou fazer diferente
não vou porque ele é mais alto
tem aquele cabelo moderninho
toma mais cerveja do que eu – você achando divertido
e até onde eu sei, te faz feliz
por que você está sempre sorrindo?


pode reclamar
que não faço diferente
porque se é com ele que você dorme
pelo menos é de mim que você reclama
e eu tenho a migalha de pão dormido
porque se reclama é porque ama
e se me ama eu durmo em paz


ainda que sem você nunca possa ser sono
não dá nem pra pesadelo
é mesmo castigo


e me ponho a pensar que sou capaz
de colocar as palavras melhor do que ele,
não que o menino que vive em mim te mereça
só não dá pra imaginar aquele rascunho mal escrito
na mesma prateleira dos três volumes que suas coxas inspiram


ah doralice, flor do meu sertão
vem ser best seller assim
aqui no meu colchão

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