Foi em 1992 que o Flamengo venceu pela última vez o Campeonato Brasileiro. Incrível como o tempo passa em uma velocidade surpreendente! Isso foi há 17 anos atrás em uma final no Maracanã contra o Botafogo.
Nessa época eu ainda estudava no Butinhá, estava na 6ª série e torcia pelo Botafogo. Cabe uma explicação: não que nessa época eu acompanhasse futebol mas meu pai é um botafoguense doente, desses que choram, passam mal, brigam com as pessoas, enfim, ele que dizia que eu era Botafogo e como eu sempre fui muito puxa-saco dele, aceitava para não contrariá-lo. Isso foi só uma fase pois no ano seguinte em que eu estava no auge dos meus 14 anos e da minha rebeldia, optei por torcer pelo time que havia sido o Campeão do Brasileiro, Flamengo, time que acompanho e sou apaixonada desde então.
Mas a história que vim contar aqui não tem nada com o meu pai e muito menos com a minha escolha futebolística. Tem haver com o marco que foi esse jogo na minha vida!
Bom, todos sabem que nessa final uma parte da arquibancada do Maracanã, do lado da torcida do Flamengo, caiu, algumas pessoas ficaram seriamente feriadas e houve uma morte. Pois bem, o menino que morreu se chamava Frederico e estudava na mesma escola que eu. Ele era da 8ª série - eu ainda estava na 6ª - mas o conheci por ocasião das Olímpiadas. Vale outra explicação: no Butinhá as Olímpíadas Escolares eram disputadas entre 4 Bandeiras - azul, vermelha, verde e amarela - e as turmas eram divididas entre esses grupos. Isso facilitava a socialização das turmas mais novas com as mais velhas e favorecia o clima de disputa entre as Bandeiras. Nesse ano, eu tinha sido sorteada para a Bandeira Vermelha e o Fred também, assim nos conhecemos. Outras duas pessoas, que também eram da mesma Bandeira e foram assistir ao jogo no Maracanã, ficaram feridas nesse acidente, o Charles e a Gabriela que, felizmente, se recuperaram.
Essa foi a minha primeira experiência com a morte. Me lembro perfeitamente do dia da Missa de 7º dia do Fred. Não houve aula e a irmã Oliveira pediu a todos os pais que levassem os filhos à Missa celebrada na Igreja da Praça Seca, paróquia onde as irmãs frequentam. No momento da Paz de Cristo, o Charles que estava com a perna toda engessada foi até a mãe do Fred para dar um abraço... esse momento eu nunca mais esqueci. Estava com a minha avó e dei um abraço nela tão apertado que lembro até hoje da sensação de proteção que senti e da angustia de não saber como e quando iremos morrer.
Mas deixemos as tristezas e questionamentos filosóficos sobre a vida pra lá! Passaram 17 anos, muitas coisas mudaram porém cá estou eu comemorando pela primeira vez uma vitória empolgante e sofrida no Campeonato Brasileiro do time que escolhi para torcer. Foi uma sensação maravilhosas que espero ter novamente no próximo Campeonato!
Eu sempre te amarei, onde estiver estarei, oh meu mengo!
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