terça-feira, 15 de junho de 2010

O que me faz feliz?
Essa é uma pergunta que tenho me feito com alguma frequencia...
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Depois de longos meses na busca por um lugar onde morar, eis que me encontro aqui escrevendo nesse blog, que ninguém lê, na nova residência. Ainda não tem muita coisa mas tem o suficiente para um ser humano sobreviver: geladeira, colchão, luz eletrica, laptop com internet e cerveja, é claro, afinal estamos em época de copa do mundo.
Por incrível que pareça foi por conta da copa do mundo que resolvi escrever e não exatamente pela casa nova.
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Durante o jogo dessa tarde, fiquei na casa da minha mae, ia sair mas deu preguiça, então, enquanto passava a vista pela TV, resolvi algumas pendencias financeiras. Abri o site do banco pra pagar o cartão de credito e mandei o seguinte sms:
- O dinheiro não entrou.
Eis que a seguinte conversa se desenvolveu:
- Vou verificar. Ué, você não está vendo o jogo?
- Mais ou menos. Estou em casa na solidão.
- Mentira! Cadê os amigos? Desculpe, o dinheiro ainda não foi depositado.

Esse sms me marcou. Cadê os amigos? A partir daí comecei a lembrar de todos eles e de todas as copas que passamos juntos.

A primeira copa que lembro ter assistido na companhia de pessoas legais foi a de 94. Tinha 14 anos e estava descobrindo todas as possibilidades que a vida tinha a me oferecer. Era prática entre os vizinhos descer com a TV e assistir aos jogos todos juntos. Eu ainda nem bebia direito mas lembro que tinha muita cerveja. A final contra a Itália foi inequecível. Uma corrente nos penaltis e abraços emocionados com o tetra campeonato.

Copa de 98 - França. Nessa eu já estava com 18 anos. Amigos inesquecíveis que valem ser citados aqui: Renato e Vivian. Nós três formavámos o trio. Sinistro. Dá medo só de lembrar das coisas que fazíamos na belina branca. Enfim, o roteiro era: telão do Rioshopping e quiosque na praia da Barra depois. No dia da final não sei porque resolvemos ir a um angu a baiana e não fizemos nosso ritual. Resultado: Brasil perdeu - feio - pra França. Engraçado que umas semanas antes do inicio da copa estava em uma festa junina de rua - meio bebada, confesso -  e conheci uns carinhas, me lembro perfeitamente que um deles me disse que a copa estava comprada e que a França iria ganhar de qualquer jeito. Não lembro do rosto do menino mas essa profecia ficou na minha memória. Quando saímos do jogo, fomos afogar nossa derrota lá na barraca da tia da festa junina do valqueire.

Japão - 2002. Eu já era outra pessoa. Terminando a faculdade, escrevendo o projeto da monografia, nem me empolguei muito. Estava com outras preocupações. Como os jogos eram de madrugada, quase não vi nenhum. Lembro de três jogos apenas e que assiti em casa na companhia da minha tão querida família: o primeiro, que fizemos um café da manhã; o do aniversário do meu irmão e a final. Penta campeão!!! Laryssa ainda era um bebezinho... saudade dessa época.

2006 - Alemanha. Essa foi uma boa copa. Eu tinha terminado o mestrado, trabalhava em pelo menos 2 empregos, estava na minha casa. Parecia que tudo ia dar certo e que a minha vida seria pra sempre como aquele dia. Saí do trabalho, fui correndo pra casa fazer o almoço pro casal de amigos que iria assistir ao jogo conosco. Ótima tarde. No outro, a derrota, Brasil perde, de novo, pra França.

E aqui estamos. 2010. Doutorado, casa nova, sem perspectivas de para sempre. Vendo o jogo sozinha. Sem amigos, família, namorado... nada. Sozinha. Engraçado como a cada 4 anos mudam as pessoas, os hábitos, a vida. Muda tudo! Acho que são essas mudanças que me fazem feliz.  Sei lá...